Os Sem Praça
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| Foto Luiz Sergio Pires morador do Bairro | 
O Bairro  Peixoto, localizado no limite do Parque Estadual da Serra da Tiririca,  ainda representa um ambiente pouco adensado, abrigando residências  unifamiliares e alguns espaços públicos de uso comum. Há cerca de cinco  anos, o bairro teve um desses espaços ‘desafetado’ pela Prefeitura e  ‘alienado’ para a construção de cinco casas, privatizando o que era  público, garantido nos registros do loteamento, para favorecer a  especulação imobiliária, já tão intensa em toda a região oceânica de  Niterói. A luta pela preservação das terras públicas no bairro registra  outro momento de alto risco, na década de 1990, quando a proposta, já  aprovada pelo poder executivo municipal, de construção de um condomínio  na área do Córrego dos Colibris foi barrada com base no parecer muito  bem elaborado pelo Vereador João Baptista Petersen, o que motivou uma  grande mobilização popular contra o empreendimento imobiliário. Nesse  caso, venceu a preservação ambiental. Mas, atualmente, com a  proliferação de licenças municipais para a construção de prédios em toda  a região do entorno da serra e da lagoa de Itaipu, sem considerar a  fragilidade dos ecossistemas e sua biodiversidade, as ameaças voltam a  rondar os espaços coletivos de preservação ambiental.
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| Foto Luiz Sergio Pires morador do Bairro | 
A audiência foi marcada para o dia 26, às 20 h, no plenário da Câmara, mas, em mais uma manobra dos aliados do Prefeito, sem garantia de debate unificado, incluindo outras desafetações de espaços públicos da cidade. No entanto, como não houve o comparecimento de representantes da Prefeitura para apresentar suas versões oficiais para todas as propostas, as demais desafetações tiveram as audiências canceladas.Assim, como o executivo afirma que pretende construir uma escola no espaço da Praça Miguel Couto, a Secretária Municipal de Educação compareceu para apresentar uma planta de uma unidade escolar com quadra de esportes, “visando atender a comunidade local, em especial da região do Bairro Peixoto”, objetivo assim descrito na Mensagem assinada pelo Prefeito. Mas, a outra área pública ‘desafetada’ no bairro perdeu sua condição de espaço coletivo, sendo incorporada ao patrimônio de uma construtora particular, sem qualquer justificativa, de forma ilegal.
A Associação de Moradores – AMBAPE – solicitou uma outra audiência pública, a ser realizada no bairro, permitindo o comparecimento de todos os afetados pela perda de mais um espaço coletivo, a Praça Miguel Couto, entre outros ‘desafetados’.
Os moradores do Bairro Peixoto recusam o ‘presente’ da Prefeitura? “Uma escola com recursos do Governo Federal já depositados na conta da PMN/FME”? Os fatos passados e recentes determinam as reações contrárias da comunidade, que não entende os ‘porquês’, as manobras, os passos escondidos, sorrateiros e rápidos, apenas barrados / questionados por raros mandatos éticos.
- Mensagem 10/11 - PL 120/11= Sinal claro de outra área verde, pública, de preservação ambiental, em risco: especulação imobiliária presente! Basta!
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| Foto Luiz Sergio Pires morador do Bairro | 
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Outro sinal evidente de desrespeito ao meio ambiente e ao espaço coletivo de uso da
comunidade – a Praça Miguel Couto ‘soterrada’ por ‘dunas’ de saibro e pedras
Dunas de saibro ocupam o espaço coletivo da Praça Miguel Couto, ‘enterrando’ árvores,
no Bairro Peixoto. Há cerca de três anos, diariamente, caminhões, a  serviço da Prefeitura e outros por ela autorizados, depositam na praça  toneladas de saibro e pedras, o ‘bota-fora’ do desmonte para a  construção do Hospital da Unimed na altura do trevo de Piratininga. Na  semana da Páscoa, em um único dia, foram flagrados 38 caminhões  despejando entulho na praça. Além do soterramento da área de lazer, o  trânsito constante provoca poluição sonora e do ar, na área do Parque  Estadual da Serra da Tiririca, um dos últimos remanescentes de Mata  Atlântica do Rio de Janeiro. Tudo isso afeta o equilíbrio ecológico da  Unidade de Conservação, sua fauna e sua flora, inclusive algumas  espécies endêmicas. E a saúde da população. E a tão divulgada qualidade  de vida de Niterói!
 
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