Projeto duvidoso.. Novo Edifício do Tribunal da Justiça?!



Na reunião ordinária do Conselho Municipal de Política Urbana de Niterói - COMPUR, de 13 de fevereiro último, a presidente e secretária de Urbanismo, sra. Christina Monnerat, de acordo com a ata da reunião, "relata aos conselheiros que a Justiça Federal solicitou aprovação para a construção de um prédio na Av. Amaral Peixoto, no terreno adjacente ao prédio da Caixa Econômica Federal, para uso da própria Justiça".
Alguns conselheiros concordam, outros não; e também sugerem que seja submetido projeto à Câmara Técnica do COMPUR para apreciação e aprová-lo ou não; alguns ainda lembram que é necessário que, antes de qualquer votação, sejam mapeadas as vocações da cidade, evitando assim votar casuísmos e leis independentes.
A presidente por fim, define que solicitará "o projeto, feita a análise do impacto morfológico e, consequentemente, a apreciação da Câmara Técnica do Compur".

Dois meses depois, na reunião do mesmo conselho, em 09 de abril, sem a presença da secretária de Urbanismo, a presidencia do Conselho foi assumida, assim como na reunião do mês anterior, por seu suplente, o sr Emanuel Sader, da Emusa.
Sem quorum suficiente às 19:30, um dos conselheiros, o Sr Moacyr Florido, segundo relato do conselheiro Azevedo, representante do CCOB no Compur, sugere apenas conversarem informalmente sobre o tema da pauta: a ocupação do terreno sugerida em 13 de fevereiro, o pedido do Tribunal de Justiça para apreciação de projeto para ocupação do terreno da av Amaral Peixoto entre o Edifício Sabin e a Caixa Econômica Federal.  
Começam os dois representantes da Justiça Federal presentes a apresentar um croquis do projeto, junto com a arquiteta da prefeitura a sra. Patrícia. Pouco depois do sr Emanuel Sader se ausentar da reunião para telefonar no hall, surge surpreendentemente o subprocurador do município, Dr. Péricles, e fica declarado, pelo então presidente Sr Emanuel Sader, que assim o quorum estava completo!
O croquis sugerido pelos representantes da Justiça compreendia apenas estudo do volume proposto. Apresentando um afastamento de 1,5m em cada lateral assim como nos fundos, 16 pavimentos, como o Ed. Sabin, mais um de garagem no subsolo
Como o edifício Sabin apresenta arquitetura diferenciada na avenida e como já havia sido comentado na reunião de fevereiro, foi sugerido que a fachada lateral do Sabin fosse melhor preservada e valorizada com mais afastamento que apenas o 1,5m proposto. Assim sugeriram 3m na lateral do Ed. Sabin, possibilitando colar na empena da Caixa. Ao que solicitaram, para 'compensar' o dobro do afastamento, que o gabarito, inicial de 16 pavimentos, subisse para 19 andares.
Por 4 votos contra 1 do sr. Azevedo do CCOB, foi aprovada minuta de lei a ser encaminhada à Câmara com máxima urgência para votação dos parâmetros citados.

Cabem algumas reflexões. 
Primeiro, nenhum projeto arquitetônico foi encaminhado à Câmara Técnica do Compur conforme definido na reunião de fevereiro. O que foi apresentado na reunião ordinária desta segunda, foi um estudo do volume do edifício e nenhum projeto arquitetônico onde se pudesse avaliar a compatibilidade estética do mesmo com o referido Sabin, conforme definido anteriormente em fevereiro.
Também soube-se nesta última reunião, que o referido edifício se prestará, não apenas ao Tribunal de Justiça, mas também à Caixa Econômica, que ocupará os andares inferiores com ligação direta ao prédio vizinho existente. Mais uma surpresa..
A votação fez-se solicitando que apenas os conselheiros que fossem contra elevassem suas mãos e que os a favor ficassem como estavam, o que dificulta a apreciação correta de quem dos presentes estava votando o quê..
E o mais incrível, o croquis proposto pela arquiteta da prefeitura Patrícia, quer dizer, pelos representantes da Justiça, sugeria um afastamento de 1,5m de cada lado, o que soma 3m a menos da testada do terreno, e um gabarito de 16 pavimentos semelhante ao existente ao Sabin. Por que, ao se juntar as duas medidas de 1,5m, que correspondem a 3m, para apenas um lado, o que significa que a largura da testada do projeto continua absolutamente A MESMA, por que isso demandaria e justificaria a dita 'compensação' em aumento de pavimentos?!..
O quorum, a pressa, a não obediência ao definido em reuniões anteriores, além do acima exposto, levanta suspeitas.. aí tem truta!
Fiquem alertas!

16 pavimentos

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